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Informações e curiosidades do mundo da saúdeAs vacinas protegem não só das doenças infecciosas
23 de Abril de 2025

Um levantamento do Dr. Mauricio Weingarten (Menos mimimi: benefícios das vacinas vão além da proteção contra as infecções - Medscape - 18 de abril de 2025.)
Resolvemos citar este artigo do Dr. Mauricio, que mostra que as vacinas, tem um alcance, muito além da simples proteção contra determinada doença infecciosa, mas as consequências que esta doença pode causar num organismo que está com outra enfermidade (comorbidade) ou em situação especial (gestação, tratamento imunossupressor, e outros). A imunossenescência que é uma situação, que ocorre a todo ser humano após os 50 anos de idade, que exige uma visão diferente, da imunidade, a partir da qual a proteção precisa ser diferente para um resultado mais eficaz. Mostra que as vacinas para os idosos em muitos casos precisam ser feitas com um imunobiológico especial a estas pessoas.
Vocês através deste texto do Dr. Mauricio poderão entender melhor que as vacinas geralmente não tem 100% de eficácia, mas algo em torno de 90 % já é um resultado muito bom, quando as pessoas vacinadas estão com mais de 50 anos, ou tem outras doenças, esta eficácia pode ser menor e aí e que vai a importância, a proteção da vacina previne formas graves, internações hospitalares, maior tempo no hospital e até mortes.
Os cardiologistas sabem que vacinas podem reduzir o risco cardiovascular, conforme evidenciado por estudos sobre imunizantes contra a covid-19 e a influenza. Em 2002, Gurfinkel mostrou no estudo FLUVACS que a vacinação contra influenza pode reduzir o risco de morte e de eventos isquêmicos em pacientes que tiveram infarto agudo do miocárdio e naqueles que se recuperam de angioplastia durante a temporada de gripe. O pesquisador associou esse efeito a uma resposta imune humoral, com benefícios durante períodos em que há alta nos casos de gripe. [1]
Depois, vários estudos confirmaram que a vacinação confere proteção contra doenças cardiovasculares tanto em pacientes com doença cardiovascular estabelecida quanto na população sem doença coronariana prévia. [2]
Um estudo britânico publicado no periódico Nature trouxe evidências sugestivas de que a vacina contra o vírus varicela-zóster protege da demência, principalmente as mulheres. [3]
Recentemente, a infecção aguda pelo vírus sincicial respiratório (VSR) em indivíduos mais velhos foi significativamente associada a um risco aumentado de eventos cardiovasculares, de acordo com um estudo publicado em março no periódico JACC[4].
Os autores usaram registros de saúde dinamarqueses para identificar 2.655 adultos com mais de 65 anos que testaram positivo para VSR durante a temporada de inverno de 2022/2023 no hemisfério norte (média de idade de 78 anos; 46% homens). Desses pacientes, 18% tinham diabetes, 74% hipertensão, 11% insuficiência cardíaca, 25% fibrilação atrial e 23% doença pulmonar obstrutiva crônica.
Os resultados mostraram aumentos significativos de 4,4 vezes na hospitalização por insuficiência cardíaca, de 8,1 vezes nos casos de acidente vascular cerebral isquêmico e de 3,2 vezes nos de infarto do miocárdio. Esses achados se mantiveram após análises de sensibilidade. Do total de eventos cardiovasculares, 68% ocorreram durante a mesma internação em que houve teste positivo para VSR.
Implicações
O estudo chama a atenção especialmente dos cardiologistas para dois aspectos fundamentais:
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Necessidade de atentar para o maior risco cardiovascular e adotar medidas preventivas para os idosos acometidos pelo VSR que necessitem internação;
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Importância de recomendar as vacinas contra VSR para os pacientes mais idosos, principalmente aqueles com comorbidades, para prevenir esses eventos cardiovasculares.
Vale lembrar que as diretrizes recomendam a vacinação contra infecções respiratórias, como influenza e covid-19, para melhorar os desfechos clínicos e potencialmente reduzir hospitalizações e custos de saúde, especialmente em populações de alto risco. [5]Portanto, a vacinação contra essas infecções pode ser uma estratégia eficaz na prevenção de eventos cardiovasculares.
Fica a mensagem: recomendar fortemente as vacinas, valorizando mais os benefícios e esclarecendo que são mínimos os riscos de efeitos adversos.
Parabéns ao Dr. Maurício pelas dicas com bases científicas, para um envelhecimento mais saudável.